Há murmúrios que sopram no silêncio,
um peso leve que ninguém vê.
Entre passos e cores, um eco distante,
um som que não cessa, mas nunca se entende.
O dia dança em telas de ouro,
e mesmo assim, há tons que faltam.
O brilho cega, o riso escapa,
como areia fugindo entre os dedos.
Encontros breves com o tudo e o nada,
em rotas sinuosas que traço no vento.
Invento risos, desenho histórias,
mas sempre há rachaduras no cimento.
Há um custo naquilo que não se nomeia,
um esforço em seguir o que não se alcança.
Na estrada há flores e pedras ocultas,
que perfumam e ferem em igual balança.
Se o horizonte é um véu que nunca se abre,
a jornada, talvez, seja a resposta.
Não é no destino que a alma repousa,
mas no mistério que o infinito gosta.